A sucupira (Pterodon emarginatus) ocorre no cerrado e sua transição para a floresta semidecídua da Mata Atlântica, nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
A espécie consta da lista de plantas ameaçadas do estado de São Paulo.
É árvore de porte médio, de 8 a 16 metros, de copa piramidal rala. O tronco tem casca lisa branco-amarelada. As raízes formam às vezes expansões de reserva, as batatas-de-sucupira.
As folhas compostas bipinadas. Flores rosadas, em inflorescências terminais tipo panículo. A espécie Pterodon polygalaeflorus Benth., considerada por alguns autores como a mesma da P. emarginatus, ocorre mais ao norte do Brasil e tem flores azul-violeta.
Fruto tipo legume indeiscente, alado, com uma única semente protegida por cápsula fibrosa e envolta em substância oleosa numa estrutura esponjosa.
A árvore é decídua, não-pioneira, heliófita e xerófita, nativa de terrenos secos e arenosos. Apresenta dispersão descontínua, muitas vezes com populações puras.
Floresce em setembro-outubro e os frutos amdurecem em junho-julho, mas ficam mais tempo na árvore.
Retirar a semente do fruto é difícil, estes podem ser plantados inteiros. De qualquer forma, a taxa de germinação é baixa.
Fornece madeira muito dura, usada em construção civil.
Na medicina popular, seu óleo aromático volátil, produzido pela casca e pelas sementes, é utilizado contra o reumatismo. Já os nódulos da raiz, chamados de batatas-de-sucupira, são usados contra o diabetes.
Estudos farmacológicos demonstraram que o óleo dos frutos inibe a penetração pela pele da cercária da esquistossomose, podendo ser usada na profilaxia dessa endemia.
Observação importante:
Por ser morfologicamente parecida, a P. emarginatus e a Bowdichia virgilioides Kunth são com freqüência confundidas, mas os frutos são diferentes.
A Farmacopéia Brasileira de 1929 refere o uso da casca de sucupira em forma de extrato fluido e tintura, citando a espécie como Bowdichia virgilioides Humboldt, Bonplant, Kunth. Descreve a casca como apresentando-se em grandes pedaços planos ou levemente curvos, de comprimento e largura variáveis e 8–10 mm de espessura. A superfície externa é pardo-escura com numerosas verrugas cor de ferrugem, rachos longitudinais profundos e algumas fendas transversais muito espaçadas. A parte suberosa se desprende facilmente, expondo o parênquima cortical pardo-avermelhado. A face interna é amarelada, com estrias longitudinais bem visíveis. O sabor é amargo e adstringente.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Subfamília: Papilionoideae
Género: Pterodon
Espécie: Pterodon emarginatus
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sucupira
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segunda-feira, 2 de maio de 2011
PAU BRASIL (BRAZILWOOD)
Pau-brasil é um dos nomes populares da espécie Caesalpinia echinata Lam. (echinata significa "com espinhos"), uma leguminosa nativa da Mata Atlântica, no Brasil. Seu nome em tupi é ibira pitanga, ou "madeira vermelha".
O nome popular em português deriva da cor de brasa da resina vermelha contida na sua madeira. É conhecido também pelos nomes de brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco e pau-rosado. É também conhecida como pau-ferro por ser mais densa do que a água e não flutuar, o que prejudica o seu transporte no meio fluvial.
São também conhecidos como pau-brasil, embora tenham preferencialmente outros nomes, aCaesalpinia ferrea (pau-ferro) e a C. peltophoroides (sibipiruna).
A árvore alcança entre 10 e 15 metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens.
As folhas são compostas bipinadas, de cor verde médio, brilhantes.
As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem 4 pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro encontram-se 10 estames e um pistilo com ovário súpero alongado.
Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de 1 a 5 sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão.
Na floresta ombrófila densa da Mata Atlântica, a partir do Rio de Janeiro até o extremo nordeste, ou seja, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, e Sergipe.
Encontra-se na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção na categoria vulnerável, e na da IUCN na categoria em perigo.
O município pernambucano de São Lourenço da Mata possui hoje a maior reserva nativa da espécie. A Reserva Tapacurá possui aproximadamente 100 mil pés de pau-brasil.
Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeiraatividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, noséculo XVI e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de Brasil.
Na realidade, no século XV uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama Rio de Janeiro (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por Carl Friedrich Philipp von Martius.
A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos).
O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do perigo de extinção. As atividades econômicas subsequentes, como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta.
No século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos.
Em 1924, Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau-Brasil".
A madeira do pau-brasil pode ser, talvez, a mais valiosa do mundo atualmente; é considerada incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos. Seu uso, dadas a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de arcos de violinos, canetas e jóias.
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